terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Foi embora (ou nunca chegou)

Eu sofri de uma coisa engraçada quando quis te mostrar todos os problemas da minha vida, mas é claro que você estava pouco se fudendo para tudo aquilo. Nem tive a chance de sentir direito, respirar aquela coisa de gostar de alguém direito que, tão pouco fechei os olhos, já não estava mais lá. Lá onde? Também não sei. Estou tentando da melhor forma possível ocupar minha cabeça com outras coisas, mas confesso que está difícil. Eu preciso fugir da realidade, mas fugir dela também me assombra. Sou como quando as pessoas vão fazer amigo secreto e misturam um monte de papeizinhos com algum nome escrito e os embaralha. Eu sou essa bagunça de papéis, indo de um lado para o outro, sem um lugar fixo para ficar, sem algo terno para pensar.
Eu não funciono com esse jogo de deixar rolar, respirar fundo, contar até 10, pensar antes de falar; simplesmente comigo não cola. Não me orgulho disso, tampouco consigo mudar. Mas eu queria alguma mudança e foi por isso que te procurei aquele dia. Achei que você era diferente, talvez ainda ache, mas eu esperava mais. Me senti como quando saio do cinema e vi que o filme era uma droga. Volte e me faça ver que você não é uma droga, vai.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Nem sei

Eu tenho uma porção de coisas em mim que precisam ser ditas. Uma porção de coisas em mim que precisam ser lidas, estudadas, analisadas, detalhadas. Por que lugar público me dói? Eu só quero voltar para casa.
Levo na minha bolsa coisas que podem fazer passar o tempo. Um livro (sim, um livro), alguns docinhos, celular, iPod. Mas me falta um caderninho e uma caneta. O que eu vi era muito caro.
Para eu não ter pressa das pessoas, escrevo. Coloco um batalhão de palavras que nem eu sei o que quer dizer só para me aliviar dessa dor de ser gente e de ver gente. Eu li de vários escritores de como ser humano e realmente ser humano é difícil e complicado. Eu não quero fechar os olhos para a realidade.
Mas a realidade acaba com meus sonhos e o que me resta de bom. Se é que me resta. Eu fecho os olhos e de repente estou numa sala cheia de pessoas. Eu fecho os olhos novamente e de repente estou em outra sala com um monte de outras pessoas. O cenário muda, os rostos mudam, mas o assunto é sempre o mesmo. Eu não sei direito o que estão dizendo. Na verdade, nem me importo. É sempre alguma coisa boba e estúpida sobre a vida de alguém.
Lembro com muita tristeza que eu participava desses assuntos há um tempo atrás. Essa gente diz que não, mas mesmo quando estão conversando sobre si mesmos, estão falando de alguém. Pode ter certeza. Eu não quero isso na minha vida.
Eu desço as escadas meio rápido com a minha bolsa e meus passos apressados para poder de uma vez por toda escutar alguma coisa que preste. Mas quase nada presta.
Engraçado.
Esses dias eu falei com você.
Você prestou. E agora?